sexta-feira, 17 de abril de 2009

d.C.

Passo a passo, compasso
No meu tempo de andar
Na vista panorâmica à altura
Do meu corpo empertigado
Ereto de homo sapiens
Sem lastro deixo meu rastro
Na silueta esguia da escrita
Talhada e lapidada de cuidado
Aprendo cores ante o cinza básico
No cinzel outrora encolhido
Dou formas ao monobloco
Sopro vida aos personagens
Das histórias que eu faço.

Edman
17/04/09

a.C.

Passos lentos, desalinhados
Olhar abaixo do horizonte
Na curva das costas
Carregando pesos amarrotados
Das roupas velhas carcomidas
De lembranças sem passado
Das pegadas não vistas
Pela curva de barriga abandonada
Vazia e repleta de abreviaturas
Enredos do óbvio fim
Da gordura saturada
Excessos sem excelências
Na maledicência de palavras sem brio
Escavadas no relevo baixo
De pedras lisas e empoeiradas

Edman
17/04/09