sexta-feira, 14 de maio de 2010

Das boas coisas da vida


Conhecer o que se é para ser entendido
Vai muito além de um livro já lido,
Está na releitura das letras garrafais
Distorcidas pelas lentes potentes
De viseiras escuras, vendas impostas,
Pelo tempo relativo de nossas mentes;
Da pena aos pincéis,
Das escumadeiras aos tonéis,
Uma tela é uma travessa
De cores fortes de uma paella,
E a cultura é um risoto úmido
Acompanhado na bodega
Pelo azeite adstringente dos gregos,
Pelo tinto encorpado dos romanos,
Na origem de todo este conhecimento
Enriquecido das ervas do caminho,
Das escrivaninhas e seus pergaminhos,
Da sabedoria clássica dos botecos,
Da solidão parnasiana dos bordéis,
Da paixão presente pela história
Das boas coisas da vida.


Maio de 2010

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