terça-feira, 29 de maio de 2007

Sentimentamente

Saudade é a vontade

De não existir
De sempre trazer na memória
Uma imagem, uma palavra,
Não importa tantos anos,
Não implica quantas distâncias,
Não adianta o lugar;
Saudade machuca, cutuca
É um espinho de flor,
Fura a pele, sangra,
Mas sempre perfuma
Sempre deixa uma cor.
Para recordar
Saudade não tem hora,
Chega às vezes como temporal,
Levanta raízes
Arranca das entranhas
Sentimentos tão presos
Que não se sentiam mais.
Às vezes é calmaria
Deixa as coisas tão quietas,
Imóveis e mortas
Que parece congelar.
Saudade é aquele friozinho
Doído e gostoso
Que deixa um vazio
Que rega os olhos
Aprisiona no ar.
Lembrança de um gesto,
Ouvir uma canção sem tocar.
Boca que não abre
Com medo de chorar.
Saudade só é boa
Quando sem mais, à toa,
O motivo dela, a sua razão
Aparece alegre
E deixa o coração da gente feliz.                    Edman 29/05/07

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