quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Nó desatado

Será que foi encomenda
Será que foi uma contenda
Foi sob alguma tenda
Alguma cigana de venda
Jogou conchas no mapa
Leu revistas sem capa
Para faturar uma gaita
Disse pra fulana
Ela tão gata
Mas já rouca no miar
Precisa do feitiço
Se não teu homem vai voar
Será que foi nas cartas
Será que foi nas velas
Que ficaram as farpas
Que queimaram mazelas
Que juntaram fotos
Que guardaram peles
Que se fizeram fogos
Se congelaram febres
Qual foi a oferenda
Qual foi a oferta
Quem foi a experta
Que por uma prenda
Construiu falsos laços
Amarrou meus braços
Para outro afago não encontrar
Como remédio deste ponto
Vou escrever um conto
Talvez até romancear
Tirar o silêncio das cordas
Desatar os nós das cerdas
Escalar a fé nos contrafortes
Do jeito que aprendi a fazer.

Edman
24/10/07

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