Um berimbau
Para eu pontuar meus passos,
Para eu deliciar meus passos,
Para eu defender meus rastros,
Para eu amaciar meus cascos
Para eu espantar "ozoiados";
Então me trague, sem pressa,
Um cheiro
Da mistura branco-doce do coco
Com o amarelo-real do dendê
E o vermelho-sensual da ardida
Que deixe a boca perdida
Na busca de não sei o quê;
Então me trague, sem pressa...
Colares do Modelo,
Cocares de meter medo,
Correntes de prata,
Figas de lata,
Mandingas e patuás
Com sotaques e saravas;
Então me trague, num sabe,
Um tabuleiro
Que me mostre mais que um coqueiro,
Que me deguste mais que um acarajé,
Que me rode a não mais poder dar fé,
Que me tire o defeito de ser ligeiro
Nas coisas que o tempo deve dar pé;
Então me trague, na rede,
Todo o tom dos Caymmi,
Todo o cacau em leite,
Todos os Orixás,
Que é para eu não ter ciúme,
De toda aquela gente
Que sabe olhar para o mar.
Então, num sabe, me trague...
Edman 21/08/07
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