quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Pai

Você foi me ver,
Eu nem sabia o que ia ser,
Com medo de abrir os olhos
E tudo escurecer;
Você não me gerou
Mas trago as suas gerações
Entalhadas nos meus nervos;
Não saí de suas entranhas
Mas delas faço minhas manhas,
Delas enlaço meu destino;
Não suguei teu peito
Mas tua fronte impôs respeito
Para encontrar um sentido;
Não me alimentei do teu sangue
Mas dele herdei toda a vida
Que me põe sempre adiante;
Eu senti o teu colo, diferente,
Como de proteção, imponente,
Me arranhei na tua face,
Fui erguido por tua força,
Desapareci nas tuas mãos
Para seguir além do teu caminho.

Edman 09/08/2007

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