quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Quantas Luas

Era Lua cheia
Quando eu não via nada
Minha alma
Era cheia de mágoa
Salpicada de pólvora
Sem nenhuma combustão
Era Lua cheia
Quando eu não sentia nada
Minhas mãos
Eram duras e pesadas
Sem linhas ou calos
Sem nenhuma profissão
Era Lua cheia
Quando eu farejava o nada
Sem essência ou perfume
Nem um rastro exalava
Era um cheiro de nada
No vácuo da percepção
Era Lua cheia
Quando minha boca azia em brasa
E os sabores da minha casa
Nem tempero ou solução
De Modena ou apimentada
Balsâmica ou batizada
Davam gosto ou digestão
Hoje a Lua é cheia,
Minguante, Nova ou Crescente
Todas no seu presente
Têm sua contribuição
Toda a vida é cheia
De sabores e tatos
De linhas e fatos
De olhares e falas
De odores e falhas
De acertos e motivos
De manias e cultivos
De amores fugitivos
De amores produtivos
Toda a vida é cheia
Toda a vida é
Toda vida é uma lua cheia
Que cresceu e vai minguar
Até a nova lua vingar

Edman  27/09/07
Ótima luas para todos...

Nenhum comentário:

Postar um comentário